Sunday, January 14, 2007


Soneto de fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento


Quero vivê-lo em cada vão momento

E em seu louvor hei de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto

Ao seu pesar ou seu contentamento


E assim quando mais tarde me procur

Quem sabe a morte, angústia de quem vive

Quem sabe a solidão, fim de quem ama


Eu possa lhe dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure



Vinicius de Moraes

1 comment:

Anonymous said...

S-A-U-D-A-D-E...